TÁ PRECISANO DE ARGUMA COISA ZINFIÚ?
Há mais de vinte anos fui a uma gira de umbanda, era dia de festa, foi a família toda. Em certo ponto do trabalho podíamos falar com os guias. Passamos por um preto velho e um dos meus filhos (6 anos na ocasião), superantenado sempre, estava ao meu lado, encantado; lá na cabecinha dele estava tentando entender como é que uma mulher (médium) podia falar como um velho e de um jeito tão diferente – estava ao meu lado e depois que eu parei de falar; ficou em frente ao preto velho: Tá precisano de arguma coisa zinfiú? Ele pensou, pensou, e disse: Tô precisando de um tênis, meias, cuecas! – foi só risada.
Na sua ingenuidade infantil meu menino mostrou uma analogia entre o que nós adultos solicitamos á espiritualidade e o que realmente precisamos. Nossa falta de maturidade espiritual é imensa – continuamos como na escola: não prestamos atenção na aula; não fazemos as lições de casa; não estudamos para as provas e depois fazemos promessa para não sermos reprovados.
Nossos pedidos são quase sempre apenas utilitaristas.
Interessante que paremos para pensar a respeito do que pedimos a Deus, á vida, aos santos, aos guias...
Nós nos comportamos mais ou menos como fez meu menino.
Quem sabe um dia:
Tá precisano de arguma coisa zinfiú?
Sim senhor!
Tô precisando de juízo!
Namastê.
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