terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ESCOLHA MINHA PROBLEMA MEU? - NOSSO?




Vivemos na Era do Junto; pensar junto, sentir junto, arcar junto...

Para tornar isso mais claro; e definir o quanto influenciamos todos com nossas escolhas:

Exemplo cotidiano, de um número cada vez maior de famílias:

Estudemos uma situação comum, específica, mas capaz de ser transferida para inúmeras outras do nosso Day by day.

Imaginemos um jovem adolescente que acha que tudo pode; tudo é problema seu; ninguém tem nada a ver com suas escolhas; quer usar e abusar do direito de ser livre.
Muito bem, esse paladino da liberdade sem responsabilidade resolve iniciar-se na droga, acha que com ela sente-se mais livre, menos inibido, mais feliz até; descuida-se e vai preso.

Com certeza, ele tem uma mãe ainda mal-educada nas emoções e nos sentimentos, como qualquer um de nós; e que chamará para si a responsabilidade do sentir-se feliz ou infeliz do filho.
Daí, como resultado das noites mal dormidas, do descuidar-se de si mesma, para pensar só na desdita dele; somada à sensação de frustração de sentir-se uma mãe falida e, de preocupar-se demais com o que os outros vão dizer dela e dele - ainda ama possessivamente e, adoece; ás vezes de forma grave, podendo tornar-se até depressiva, angustiada ou em pânico.

Façamos uma primeira pausa para reflexão.

O jovem dono do mundo, dono do seu próprio nariz, sente-se livre para fazer suas escolhas.
Escolheu atirar a pedra do livre arbítrio; a escolha do uso da droga; mesmo sabendo, mesmo alertado da possibilidade de possíveis conseqüências funestas, que imaginava só acontecer com os outros que são menos inteligentes; e jamais com ele, a criatura mais esperta do mundo; ah! Com ele isso jamais vai acontecer.

Escolheu a pedra e atirou-a no lago que é a humanidade.
Com certeza ela caiu bem no centro de seu universo pessoal e causou um grande tumulto no seu meio familiar. Quer queira quer não, sua mais forte ligação afetiva, independentemente da qualidade desse vínculo, é com sua mãe. Desse modo, ela foi a primeira a ser atingida pelo impacto e de forma mais intensa. Mas, a onda de perturbação se estenderá inevitavelmente a toda a família, segundo a intensidade e o tipo de vínculos que mantenha com cada um dos familiares. E os efeitos sobre cada um deles; seja em duração ou em intensidade serão proporcionais aos desdobramentos desencadeados pela sua atitude.

Inevitavelmente, as conseqüências terão um efeito danoso na intimidade das pessoas que estejam ligadas a ele com vínculos afetivos mais fortes.
É possível até que tenha alguém apaixonado por ele, cuja vida íntima e cuja saúde pode ser afetada em profundidade, dependendo sempre da estrutura mental/emocional da outra pessoa.

Retornando ao estudo da situação que ele gerou, o impacto se estende além, e logo ultrapassa as fronteiras da sua família.

A mãe do seu melhor amigo certamente é uma criatura não muito diferente da sua mãe, quanto à educação das emoções, e põe-se a pensar que, se o filho andava com ele pode muito bem estar fazendo a mesma coisa. É o suficiente para ruminar essa idéia num circuito fechado, e “morta de preocupação” pode também adoecer ou tornar a sua relação com o filho num verdadeiro inferno de cobranças e recriminações. Desequilibrada e doente vai afetar a vida de todos os que moram naquela casa ou se relacionam com ela.

Como 2012 é o ano da reflexão:

Ninguém pode discordar que o impacto originado embora de forma amena; também atingiu pessoas mais distantes; já que, por exemplo, a família de seu melhor amigo também foi afetada.

Indo um pouco mais longe em nossas observações, identificamos outro grupo de pessoas que podem ter sido atingidas:
Seus amigos de convivência podem ser rotulados de viciados; mesmo sem que o sejam; eles podem sofrer algum tipo de discriminação, ter suas vidas afetadas em muitos aspectos: pessoal, familiar, escolar e de convivência social.

Sua escolha também vai afetar grupos mais distantes, e embora de forma mais branda também vai interferir temporariamente no relacionamento entre pais e filhos nas famílias da vizinhança.

Indo mais além um pouco; preso: está consumindo recursos que são do coletivo.
O dinheiro que está sendo gasto para mantê-lo na prisão poderia ser usado para melhorar a merenda de uma criança na escola, para oferecer melhores oportunidades de instrução ou de saúde para outros.

Vamos fazer um exercício de empatia e nos colocar no lugar dele.

Primeiro num exercício de imaginação, tentando avaliar segundo a visão de mundo de um jovem, hoje.

Depois, nos colocando no lugar dele e segundo nossa própria visão da realidade.

Qual será nossa postura?
Aceitaremos assumir o erro da escolha?
Nós nos infernizaremos com culpas e recriminações?
Adotaremos o álibi do perdão religioso e posterior a posição de coitados, de vítimas?
Colocaremos a culpa em alguém que nos arrastou para o vício dos remédios, da comida, cigarro, álcool?
Culparemos a postura dos nossos pais – que repassarão para os seus?
Adotaremos a posição de incompreendidos, de mal/amados? Tentaremos nos justificar?
E como?
O que diremos?
Quais os argumentos?

É quase certeza que mesmo no decorrer neste ano da REFLEXÃO ativa ou compulsória; nós utilizaremos o simplório argumento do livre/arbítrio:
Escolhemos porque é nosso direito; nossa vida nos pertence e só a nós interessa - e argumentaremos que os outros foram afetados porque quiseram; que também foram livres para isso.
A nossa parte é problema nosso, a parte que coube aos outros é problema deles, etc.

Entramos na Era do Comprometimento.
Quem quiser pode definir seus compromissos.
E participar.
Tentar fugir?
Prá um planeta distante?

Namastê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário