quinta-feira, 21 de outubro de 2010

COMO VIVER BOVINAMENTE BEM NOS LIMITES

Como eleger nossos limites?

Na filosofia bovina, a qualidade mais importante é o conformismo – bois foram criados para pastar, ruminar e servir de antepasto para outras espécies; acreditar nos deuses chifrudos que um dia os virão libertar para pastar eternamente em verdes pastagens; protegidos para sempre de seus algozes vaqueiros.

Na sua modorra, o rebanho adora ouvir estórias para boi dormir.

Seus valores estão fundamentados nos desejos da maioria; nos padrões ditados pelos maiorais do pasto; quem ousar contrariar vai para o cercadinho ou para o matadouro; ou se o crime de desobediência for grave; nem esse direito vacum terá: vai morrer lentamente e servir de pasto aos abutres que pululam nos céus da mídia.

A salvação do rebanho apátrida depende da libertação do pensamento mágico; essa ousadia é um fator essencial para que identifiquemos limites em todos os sentidos e aprendamos a nos movimentar dentro deles.
Mas, escapar do pensar mágico: sorte, azar, destino, sobrenatural, tão característico da infância bovina é um verdadeiro trabalho de parto; envolve um que de apreensão; e até um certo tipo de sofrer.

O momento de eleição no pasto.

Tentamos deixar de ser minotauros pressionados pelas circunstâncias que criamos ao longo do tempo, dentro de cada um de nós tenta nascer um novo indivíduo, mais amadurecido, mocho, mais responsável pela própria vida e destino, e que a cada dia mais se interessa pelas dificuldades alheias e pela qualidade do meio ambiente para que o capim continue verdinho e crocante armazenado no cocho.

Eu tenho a solução para seu problema!

Bovinos unidos jamais serão vencidos!

Outra dificuldade a ser superada é o assédio intermitente da mídia de consumo na fazenda divina.
Não temos um segundo de folga sem que alguém tente nos vender a solução para dificuldades que ajudaram a criar e até mesmo para outras que não existem na vida de gado.

A necessidade de ser diferente é um drama bovino.

Quem ousar mudar a forma de pensar, de sentir e de ver o mundo e suas ocorrências estará andando na contramão dos valores da sociedade que tenta negociar as cotas da felicidade através do capim (verdinhas). E, isso não é nada fácil, pois quem ousar estabelecer limites para suas expectativas, desejos e necessidades corre o risco de ser cobrado até pelas pessoas com as quais convive; será rotulado de mal sucedido e acomodado no rebanho.

Também somos impedidos de ter valores próprios; vivemos numa cultura em que somos treinados desde cedo a tentar agradar antes os outros do que a nós mesmos. Pode parecer um paradoxo, mas essa atitude é um dos fermentos da egolatria e do orgulho dos grandes chifres.

Nosso assunto vacum é a descoberta dos limites pessoais seguida de aceitação do momento presente.
Vamos eleger como nosso representante um velho touro ou uma vaquinha de presépio?
O passo seguinte é a tentativa de mudar hábitos bovinos, eliminar vícios, reestruturar a personalidade, compreender melhor as leis da vida, bem como aplicá-las no dia a dia; é hora de protestar em frente á cerca; prá ver se o dono do pasto atende nossas preces bem mugidas.

Avisam os deuses mochos: a boiada vai estourar; fique nas beiradas do pasto; ande em sentido contrário - ouse.

CUIDADO COM A DOENÇA DA VACA LOUCA...

Proteja-se - Pense bem antes de engolir qualquer pesquisa de campim.

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